quinta-feira, 27 de março de 2008

Normalidade anormal

Por vezes é dificl expressar por palavras aquelas sensações inquietantes que nos vão na alma! Escrever é sempre uma mediação entre aquilo que é a realidade envolvente e a forma como a  apropriamos e a reprsentamos... quando esta se afigura exterior a estas duas dimensões tornam-se dificeis de conjugar... deve ser um pouco por isso que tenho andado afastada das lides bloguisticas!
Este mês que passou desde o meu regresso a Portugal...senti-me um pouco deslocada...é dificil escrever nessas alturas....um mês depois, não quero dizer que estou já habituada... mas os acontecimentos da terrinha já não me são de todo estranhos... e aquele sentimento inquietante ao ver o debate demagógico e sem sentido que dá tom à politica portuguesa, ao assistir de novo às prioridades trocadas dos meios de comunicação portugueses e a forma alienada com que as pessoas vão assistindo a tudo isto... já não ensombra tanto os meus pensamentos!
Isto por um lado é mau, porque eu própria já não questiono tanto este sistema de coisas.... por outro, siginifica que voltei à velha normalidade, que tantas vezes nos faz falta, porque é também ela que nos constitui e da qual também não é bom viver demicionária!
Vi 2/3 dos professores na rua, vezes sem conta a cena da miuda a bater na professora, directos especiais porque o Benfica continua a jogar mal como sempre, debates em torno do apito dourado... a descida do IVA reclamada e depois recusada pela oposição, debates no parlamento ocos de sentido mas ricos em demagogia! 
Perguntam qual o meu espanto com tudo isto, se são estas mesmas questões, que desde há bastante tempo enformam e entertêm o quotidiano dos portugueses? 
Sei lá, porque a saudade tem sempre o dom de nos fazer recordar só as coisas boas e dar a crença que algo lá no fundo pode ter alterado, como nós mesmos mudamos durante todo este tempo, tal como o nosso olhar sobre o mundo é diferente e alberga novas preocupações!
Mas não, afinal as coisas continuam como sempre estiveram e estou de volta a esta tão amarga NORMALIDADE! Como detesto esta palavra!
Mas resta-me o cinismo, e é isso que espero fazê-lo, talvez até retomando as lides bloguisticas, que são sempre momentos de reflexão sobre a mediação entre realidade e representações, que a escrita proporciona tal como escrevia no incio!

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