quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

De Volta!


Terminou o Erasmus! Como sabem um tipo de post que me agrada escrever, são aqueles mais introspectivos, que depois acabo por partilhar neste espaço. Ainda que todos tenhamos qualquer coisa de narcisista, não o faço só porque gosto de falar de mim, mas porque as minhas experiências e a reflexão que faço sobre eles são uma parte essencial do meu eu!
Ao longo destes 5 meses e meio fora peso que consegui transmitir muito do que foi este Erasmus para mim. Espero que alguns tenham ficado com vontade de fazer parte deste programa, outros com pena de não haver no seu tempo. Muito obrigado aqueles que foram vivendo este erasmus comigo, ao longo deste tempo! :P
Nasci no Porto e até aos 19 anos vivi aí, há cerca de 4 anos vim viver para uma pequena vila a 40 km, chamada Ovar, nela está um monte de gente que não me diz nada, a saída para Roma foi como que uma libertação temporária da tacanhez da gente estúpida que vive nesta terra... não serão todas assim, mas a maioria é-o!
Chegar a Roma sozinha, sem casa e sem falar italiano, foi um grande desafio, para uma menina tímida e insegura. fazer parte desta experiência que te pede que quebres os teus limites, que abras o coração a todos os que vais conhecendo., porque lá eles são a tua família; que te esqueças que tens fígado, pra beberes o máximo possível; que troques a noite pelo dia, até porque as aulas não são para ir; que chores de saudade e com as afirmações racistas,porque não há nada a fazer, nós somos pequenos e pouco conhecidos, e que no minuto seguinte sorrias, porque algum amigo te fez uma palhaçada qualquer só para ver um sorriso na tua face!
Tudo isto é o erasmus, um misto enorme de emoções, uma montanha de experiências!
Oficialmente o nome do programa chama-se Erasmus - Aprendizagem ao Longo da Vida e tal como me disse uma senhora colombiana, que com 18 anos fez um intercâmbio nos EUA, e hoje é assistente numa Universidade Italiana, já com 40 anos, aquela experiência fica mesmo para o resto da vida, marca as pessoas de uma forma tão profunda, que fazer um balanço no dia seguinte, como este é, é muito pouco e precipitado... porque ela é como uma estrada, que vamos continuar a caminhar sobre ele o resto da vida!
Quanto á menina tímida e insegura, que muitos apostavam que não sobreviveria mais de uma semana na selva de Roma hoje é um pouco diferente, penso que isto já o posso dizer agora, voltou mais segura, igualmente tímida, mas seguramente mais mulher!
Ovar continua a não me dizer nada, porque apesar de voltar, também um pouco mais portuguesa, agora reconheço que não temos só coisas más e a que algumas coisas até fazemos direito, hoje sou europeia, não porque conheci mais três países Europeus, mas porque a divisão por Estados-nação hoje já não faz tanto sentido para mim! Somos um continente tão pequeno, dividido em tantos estados como se fossemos muito diferentes! Até somos! Mas esta diferença agrada-me e muito seguramente após o mestrado o futuro passará mesmo pela a minha nova nacionalidade, a europeia (até porque segundo a Visão de hoje pertenço á nova geração em saldo)! E este é mesmo o grande objectivo do Erasmus, que nunca está presente nas nossas expectativas iniciais, mas que todos os que o fizeram compreendem estas minhas palavras!

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