quinta-feira, 31 de julho de 2008

Cultura!?

Queria fazer um post sobre o preço dos livros, que anda absurdamente alto. Mas, agora, no comboio passei por uma fábrica de uma freguesia de um concelho, que ardeu ontem à noite…. E de repente esse tema pareceu-me absurdo. Provavelmente, algumas centenas de trabalhadores virão para a rua… muitos com mais de quarenta anos, que serão velhos de mais para trabalhar, aumentando ainda mais a sua fragilidade sócio-económica, que os baixos salários de um operário, tendiam sempre a disfarçar…
Mas se calhar, é um bocado por isso, que a cultura em Portugal é incipiente, e a que há, é consagrada sempre pelos mesmos nomes, que levam as pessoas aos espectáculos não pelo conteúdo, mas pelo cartaz e por quem está à frente deste. O facto da cultura, só se afigura como uma necessidade, que só deve ser suprida, quando as primárias estiverem garantidas.
Concordo, que sem um determinado nível de bem-estar dificilmente se pensa em ler um livro, ir ao cinema, a um concerto e outras coisas. Mas penso, que é a própria democracia, que fica posta em causa, quando a ileteracia é demasiado elevada. Sem pensamento crítico, todos ficamos mais vulneráveis a cair nas teias de um discurso demagógico, que nada tem de democrático. Provavelmente, o que vai salvando Portugal, é que há tantos a fazê-los, que se descredibilizam uns aos outros.
Quanto aos preços dos livros, não se admite, que seja quase impossível encontrar um livro de um autor português, por menos de dez/onze euros. Se formos para os livros científicos, a esse preço, somente pequenos ensaios, que não ultrapassem as cem páginas. Se quisermos ler um livro de um autor estrangeiro, imaginemos, coisa rara, traduzido em português, não se compra por menos de quinze/vinte euros. Demasiado caro, para quem não se contenta em ler o livrinho anual, por desencargo de consciência… e que por acaso é o último sucesso de alguns autores da moda.
É grave quando os artistas e cientistas em Portugal dizem que o seu ministério da cultura é a Fundação Calouste Gulbenkian… se em tempo de crise, fica bem trazer fábricas para o país, prometer habitação social, etc… esquece-se muitas vezes, que é necessário saber fazer, e bem, logo, inovar par conseguir manter um negócio numa economia globalizada. Não sei, como é que se faz isso, enquanto que a cultura e os seus produtos culturais continuarem entregues às leis do mercado, ou quando muito ao nível local, entregues a câmaras municipais, que constroem casas da cultura, bibliotecas, mas onde depois falta a educação e fidelização dos públicos…

2 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

Os portugueses servem para trabalhar e pagar impostos, e não para isso de arte e ciência, nem cultura.

Eu sou feliz com a camisa aberta até ao umbigo e o palito nos dentes.

Táxi Pluvioso disse...

Então isto não anda? Muito trabalho? Happy days...