segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Rui Rio, quem mais?

Rui Rio tem "visão pequena e ressentida da realidade" Francisco Mangas, DN

Os vereadores do PS e da CDU na Câmara Municipal do Porto vão contestar hoje, na reunião do executivo, a decisão de Rui Rio de, por despacho, cortar os apoios pecuniários a fundo perdido destinados à actividade cultural. É uma "posição absurda", diz Francisco Assis, que acusa o presidente da autarquia de ter "uma visão pequena e ressentida da realidade".Rui Sá, vereador comunista, discorda também da decisão da autarca social-democrata e vai enviar o despacho, que considera ilegal, à Inspecção-Geral da Administração do Território (IGAT). A decisão de Rui Rio, segundo os representantes do PS e da CDU, não foi discutida no executivo camarário, o que para Francisco Assis representa, além do mais, um gesto de "má educação do presidente". Segundo o vereador socialista, este despacho é imagem da "ausência de política no plano cultural" na a segunda cidade do País. Rui Sá, por seu turno, considera que o corte dos subsídios à actividade cultural representa a demissão da Câmara de uma das suas funções. "É um atraso de vida"Ontem, em conferência de imprensa, o movimento Pelo Porto Juntos no Rivoli, num comentário ao despacho que extingue a partir de Janeiro de 2007 os subsídios pecuniários, desafiou Rui Rio a encerrar o pelouro da Cultura. Neste momento, referiu Francisco Beja, "não faz sentido existir um vereador da Cultura, quando o seu pelouro está completamente esvaziado.O representante do movimento cívico - que surgiu para impedir a privatização da gestão do Rivoli, único teatro municipal do Porto - acusou Rio de desenvolver "acção deliberada para acabar com a cultura na cidade", servindo-se de um "discurso neoliberal sobre os artistas".Carmem Miranda, do mesmo movimento cívico, lembrou que a cidade do Porto, agora, "é um atraso de vida". Durante uma década, disse, foi possível pôr de pé um projecto cultural na cidade: o Porto foi Capital Europeia da Cultura e deixou caminhos abertos. "Mas foi tão fácil acabar com esse legado", sublinhou. Qualquer dia, disse Carmem Miranda, a UNESCO "vem cá saber o que fizemos ao Património Mundial".Para esta representante do movimento Pelo Porto Juntos no Rivoli, na área da cultura "não há um retorno imediato do investimento". Sendo assim, que medidas poderá tomar o presidente da Câmara Porto em relações aos museus municipais: "Nos museus não há lucro, o que vai fazer Rui Rio para resolver essa situação?"

(in dn de 07/11/06)

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